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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Integração de verdade à vista

Eduardo Paes, reeleito para administrar a cidade até o final do ano em que teremos os Jogos Olímpicos por aqui, começou 2013 prometendo implantar o Bilhete Único Carioca no metrô e nas barcas em seis meses. Atualmente, o BUC permite a integração intramodal ônibus-ônibus sem o custo da segunda passagem, desde que o transbordo aconteça em até, no máximo, duas horas, entre a primeira e a segunda condução, sendo ambas de tarifa modal (R$ 2,75). Na integração com os trens da Supervia, existe uma redução no valor da segunda viagem, de modo que o valor integrado (R$ 3,95) é 30% menor do que a soma das tarifas do ônibus (R$ 2,75) e do trem (R$ 2,90).

Hoje em dia também é possível utilizar o BUC para pagar passagens do metrô (R$ 3,20 - valor normal, igual ao do bilhete unitário) e da barca (R$ 3,10 para Niterói), porém o passageiro paga esses valores cheios, mesmo que faça conjuntamente uma viagem de ônibus. A viagem de barca, da Praça Quinze para a Praça Arariboia, sem integração nem bilhete único, custa R$ 4,50.

No caso do metrô, a integração tarifária é feita somente por linhas de ônibus específicas, do próprio Metrô-Rio, para dois grupos de bairros: para Barra da Tijuca e Jacarepaguá (Metrô Expresso, a R$ 4,35) e ainda para Andaraí, Cosme Velho, Caju, Fundão (Cidade Universitária), Grajaú, Leme, Méier, Muda, Rio Comprido, Rodoviária, Vila Isabel, Urca e Usina (integração expressa, a R$ 4,15). Existem dois trajetos considerados extensões da linha do próprio metrô, em direção à Gávea, que não têm acréscimo de tarifa, embora exijam a compra de bilhete específico.

A ideia é simplificar esse modus operandi, que é de compreensão difícil pelo passageiro. O próprio sistema de ônibus possui incoerências - 'ou não', talvez dissesse Caetano - com relação aos valores cobrados. Enquanto a tarifa modal é de R$ 2,75 (a única que permite integração com segunda tarifa zero, usando-se o Bilhete Único Carioca), há linhas de ônibus urbanos com ar condicionado com uma vasta gama de valores (de R$ 2,85 a R$ 5,40), que não obedecem a qualquer critério lógico de preço - como quilometragem percorrida, por exemplo - nem se integram tarifariamente com outros transportes, no âmbito da capital, onde a autoridade que determina os valores cobrados, presume-se, é a Secretaria Municipal de Transportes.

A Prefeitura promete ainda dotar a cidade de ônibus com ar condicionado em toda a frota, até 2016. Os novos coletivos deverão ter também motorização central ou traseira, suspensão pneumática e câmbio automático, entre outros aprimoramentos prometidos para melhorar o nível de conforto de motoristas e usuários.

Alguns veículos com essas novas características já começaram a rodar em algumas linhas, antevendo uma mudança de paradigma do transporte público aguardada há anos pela população carioca.